segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O TEMPO DE TARKOVSKI E A POESIA DE PARADJANOV

20 a 29 de agosto de 2010

www.ims.com.br

Cinco filmes de Andrei Tarkovski e quatro de Sergei Paradjanov serão exibidos no Instituto Moreira Salles de 20 a 29 de agosto. O título do programa é um verso de Boris Pasternak muitas vezes citado por Tarkovski como a perfeita definição do artista: Refém da eternidade, escravo do tempo.

De Tarkovski, cineasta que definia o cinema como a arte de esculpir o tempo, cinco filmes, exibidos em cópias novas em 35mm: Andrei Roublev (1966), baseado na história do mais importante pintor russo do século XV; Solaris (1972), adaptação do romance do polonês Stanislaw Lem; Stalker (1979), que enfrentou grandes dificuldades diante censura da URSS, e seus dois últimos filmes, realizados na Itália, Nostalgia (1983), e na Suécia, O sacrifício (1986).

Ao lado dos filmes de Tarkovski, quatro imagens poéticas de um diretor que não queria ser chamado de cineasta profissional: “Sou um amador, um amante da arte e um diretor de filmes”, assim se apresentava Sergei Paradjanov, realizador de Os cavalos de fogo (1964), A cor da romã (1968), A lenda da fortaleza Suram (1984) e O trovador Kerib (1988).

Preso logo após o lançamento de A cor do romã, passou a maior parte da década de 1970 no cárcere, acusado de homossexualismo, e só voltou a filmar na década de 1980. Seus filmes, que em lugar de reproduzir a aparência de pessoas e coisas, tratam de reinventar o mundo poeticamente, eram grandemente admirados por Tarkovski que se dizia em dívida com a visão particular de Paradjanov e com sua capacidade se expressar numa linguagem poética absolutamente livre.


PROGRAMAÇÃO

Sexta 20


14h00: A cor da romã (Sayat Nova, Zwet granata)

de Sergei Paradjanov (URSS, 1968. 79’, exibição em cópia digital)

16h30: Stalker (Stalker)

de Andrei Tarkovski (URSS, 1979. 163’, 35mm)

20h00: A lenda da fortaleza Suram (Ambavi Suramis Tsikhitsa)

de Sergei Paradjanov (URSS, 1984. 88’, exibição em cópia digital)



Sábado 21


14h00: O sacrifício (Offret)

de Andrei Tarkovski (Suécia, 1986. 149’, 35mm)

16h45: Andrei Roublev (Andrei Roublev)

de Andrei Tarkovski (URSS, 1966. 186’, 35mm)

20h00: Nostalgia (Nostalghia)

de Andrei Tarkovski (Itália, Suécia,1983. 125’, 35mm)



Domingo 22


14h00: Solaris (Soliaris)

de Andrei Tarkovski (URSS, 1972. 165’, 35mm) .

17h00: Os cavalos de fogo (Tini Zabutykh Predkiv)

de Sergei Paradjanov (URSS, 1964. 97’, exibição em cópia digital).

19h00: Stalker (Stalker)

de Andrei Tarkovski (URSS, 1979. 163’, 35mm)



Quarta 25


16h30: Andrei Roublev (Andrei Roublev)

de Andrei Tarkovski (URSS, 1966. 186’, 35mm)

20h00: O trovador Kerib (Ashki Kerib)

de Sergei Paradkjanov (URSS, 1988.73’, exibição em cópia digital)



Quinta 26


16h30: Nostalgia (Nostalghia)

de Andrei Tarkovski (Itália, Suécia,1983. 125’, 35mm)

19h00 : Andrei Roublev (Andrei Roublev)

de Andrei Tarkovski (URSS, 1966. 186’, 35mm)



Sexta 27


14h00 : A lenda da fortaleza Suram (Ambavi Suramis Tsikhitsa)

de Sergei Paradjanov (URSS, 1984. 88’, exibição em cópia digital)

16h00 : Solaris (Soliaris)

de Andrei Tarkovski (URSS, 1972. 165’, 35mm).

20h00 : A cor da romã (Sayat Nova)

de Sergei Paradjanov (URSS, 1968. 79’, exibição em cópia digital)



Sábado 28


14h00 : O trovador Kerib (Ashki Kerib)

de Sergei Paradjanov (URSS, 1988.73’, exibição em cópia digital)

16h00 : Os cavalos de fogo (Tini Zabutykh Predkiv)

de Sergei Paradjanov (URSS, 1964. 97’, exibição em cópia digital)

19h00 : Stalker (Stalker)

de Andrei Tarkovski (URSS, 1979. 163’, 35mm)



Domingo 29

14h00 : Nostalgia (Nostalghia)

de Andrei Tarkovski (Itália, Suécia,1983. 125’, 35mm)

16h30 : O sacrifício (Offret)

de Andrei Tarkovski (Suécia, 1986. 149’, 35mm)

19h30: Solaris (Soliaris)

de Andrei Tarkovski (URSS, 1972. 165’, 35mm)



SERVIÇO

Instituto Moreira Salles

Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea

CEP: 22451-040. Rio de Janeiro - RJ

Tel.: (21) 3284-7400 begin_of_the_skype_highlighting (21) 3284-7400 end_of_the_skype_highlighting; Fax: (21) 2239-5559

De terça a sexta, das 13h às 20h

Sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h

www.ims.com.br

Ambiente WiFi

Acesso a portadores de necessidades especiais

Estacionamento gratuito no local

Capacidade da sala: 113 lugares

O cinema do IMS funciona de 3ª a domingo



Ingresso:

3ª a dom - R$ 10,00 (inteira), R$ 5,00 (meia)

Ingressos disponíveis também em www.ingresso.com



COMO CHEGAR



As seguintes linhas de ônibus passam em frente ao IMS:

- 158 - Central-Gávea (via praça Tiradentes, praia do Flamengo, metrô Botafogo)

- 170 - Rodoviária-Gávea (via Rio Branco, largo do Machado, metrô Botafogo)

- 592 - Leme-São Conrado (via Rio Sul, metrô Botafogo)

- 593 - Leme-Gávea (via Barata Ribeiro, Prudente de Morais, Bartolomeu Mitre)

- 1024 - Executivo: Praça Mauá-Gávea (via Rio Branco, Praia do Flamengo, metrô Botafogo)

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Uma mostra no Instituto Moreira Salles irá marcar o encerramento do projeto de restauração dos filmes de Moacyr Fenelon

Uma mostra no Instituto Moreira Salles irá marcar o encerramento do projeto de restauração dos filmes de Moacyr Fenelon pelo Instituto para Preservação da Memória do Cinema Brasileiro, liderado por Alice Gonzaga, da Cinédia, com coordenação técnica de Hernani Heffner.

Produzidos por Fenelon, um dos criadores da Atlântida, mas que abandonou os estúdios após Severiano Ribeiro assumir seu controle acionário, trata-se de um conjunto de cinco longa-metragens raros e que agora finalmente vão poder voltar a a ser vistos nas telas.

Alguns desses filmes foram realizados em co-produção com a Cinédia - uma das poucas empresas que tem investido na preservação de suas obras cinematográficas - e representam um panorama único do cinema brasileiro do final da década de 1940. É importante ressaltar que da produção da Atlântida, criada em 1941 e que lançou seu primeiro longa-metragem (Moleque Tião) em 1943, muito pouco sobreviveu dessa primeira fase. Desse modo, os filmes produzidos por Fenelon representam documentos únicos desse momento de transição do cinema brasileiro para a década de 1950, marcada pela consolidação das chanchadas dirigidas por José Carlos Burle, Watson Macedo e Carlos Manga, e pelo surgimento do chamado "cinema independente" com Nelson Pereira dos Santos, Alex Viany, Roberto Santos, entre outros.

Além disso, esses filmes revelam que enquanto a Vera Cruz estava sendo criada em São Paulo, no Rio de Janeiro Fenelon investia numa produção diversificada, que incluia filmes carnavalescos, comédias, policiais e melodramas.

Enfim, o programa é imperdível para todos os amantes do cinema brasileiro.


PROGRAMA MOACYR FENELON


Nos dias 18 e 19 de agosto, o IMS-RJ realiza, em parceria com a Cinédia e a Associação Brasileira de Cineastas, o programa Moacyr Fenelon, que resgata a obra do diretor, produtor, técnico de som e roteirista. A programação inclui sessões dos cinco filmes do diretor que foram restaurados pelo Instituto para Preservação da Memória do Cinema Brasileiro (IPMCB) e dois debates.


Os cinco filmes incluídos no programa foram realizados na fase final da carreira do cineasta, de 1948 a 1951. Obrigado, doutor, Poeira de estrelas e O dominó negro têm direção assinada por Fenelon; e dois filmes produzidos por ele: Estou aí?, de Cajado Filho, e A inconveniência de ser esposa, de Samuel Markenzon.


Os títulos restaurados são documentos históricos da era de ouro do filme popular brasileiro e registram as mudanças sofridas na estrutura da sociedade brasileira após a Segunda Guerra Mundial.


Na quarta, dia 18, logo após a exibição de O dominó negro, às 18h30, Hernani Heffner comanda o primeiro debate com o público sobre o tema O cinema de Fenelon. Na quinta, fechando o programa, Luiz Alberto Rocha Melo participa de debate sobre o tema Lourdinha e Emilinha: Poeira de estrelas logo após a sessão do longa A inconveniência de ser esposa, que terá início às 18h.



PROGRAMAÇÃO


quarta-feira, dia 18

14h: Poeira de estrelas, de Moacyr Fenelon (Brasil, 1948. 80’)

16h: Obrigado, doutor, de Moacyr Fenelon (Brasil, 1948. 85’)

18h30: O dominó negro, de Moacyr Fenelon (Brasil, 1950. 85’)

20h: O cinema de Fenelon

Debate com Hernani Heffner


quinta-feira, dia 19

14h: Obrigado doutor, de Moacyr Fenelon (Brasil, 1948. 85’)

16h: Estou aí?, de Cajado Filho (Brasil, 1949. 105’)

18h: A inconveniência de ser esposa, de Samuel Markenzon (Brasil, 1951. 71’)

20h: O cinema na década de 1950

Debate com Luiz Alberto Rocha Melo. Tema: Lourdinha e Emilinha: Poeira de estrelas

terça-feira, 3 de agosto de 2010

"Memórias em Celulóide"

mostra história do fundador do MIS
Curta dirigido por Marcos Craveiro será exibido nesta terça


Henrique de Oliveira Júnior: paixão pelo cinema

O curta-metragem “Henrique de Oliveira Júnior - Memórias em Celulóide”, rodado em Campinas em Alta Definição de fevereiro a maio deste ano, será exibido nesta terça-feira no Museu da Imagem e do Som (MIS) de Campinas. O documentário de 14 minutos mostra a trajetória do fundador do MIS, que tem 89 anos e grande parte deles dedicados à paixão pela sétima arte.

Cineasta com mais de 80 filmes e trabalhos premiados em festivais no Brasil e no exterior, Henrique começou cedo, aos 14 anos, como assistente de operador de cinema no antigo Cine Coliseu, que ficava no largo Carlos Gomes.

O documentário mostra fotos da época e trechos restaurados de alguns de seus trabalhos, como “Lição Merecida”, de 1952, e “O Pedreiro de Days Peixoto”, de 1966.

Henrique fez parte do ciclo Campineiro do Cine Clube Universitário realizando o filme “O Artista”, em 1967, e vários trabalhos de registro de época em 16mm e super 8 mm.

Em 1969 realizou um de seus mais importantes trabalhos, o curta de 90 segundos intitulado “Ser” , que levou um dos principais prêmios em 16 mm do festival mais importante do Brasil na época, o Festival de Cinema do Jornal do Brasil no Rio de Janeiro.

Em 1978 realizou, juntamente com a equipe Pesquisa Oito, com Bernardo Caro na direção, o filme “Tabela”, que ganhou mais de 25 prêmios nacionais e internacionais e participou da Bienal de São Paulo.

Em 1955, restaurou uma cópia do primeiro longa-metragem feito em Campinas, “João da Mata”, de 1923. Em 1981, a pedido do cinegrafista Thomas de Túllio, de “João da Mata”, então com 82 anos, reconstruiu a câmera Éclair, uma das primeiras filmadoras de todo o mundo, usada no filme. Hoje ela está no MIS de Campinas.

Entre seus trabalhos significativos ainda está a construção de um projetor de 35 mm com mais de 900 peças que o cineasta fez sozinho e um outro de 16 mm. Em 1977 fundou o Museu da Imagem e do Som em Campinas.

O filme “Henrique de Oliveira Junior – Memórias em Celulóide” foi convidado para fazer parte do acervo de filmes da Cinemateca Brasileira.

Sobre o Diretor

O campineiro Marcos Craveiro realizou mais de 50 filmes em Super 8 mm na década de 70 e 80 e muitos premiados no Brasil e Exterior, entre eles documentários com a atriz Regina Duarte (Close Up Regina Duarte, premiado no festival Grife Fotoptica em l979) e Marília Pêra – A Feiticeira.
Na década de 80, realizou três curtas-metragens em 35 mm, todos em parceria com a LC Barreto do Rio de Janeiro – João da Mata(1983), Medalha de Ouro (1984) e A Força do Amor (1986).

“João da Mata – Um Documento” (1983) foi convidado para participar do Oscar em 1985 e ficou entre os 10 mais votados pela Academia como melhor curta daquele ano (somente os primeiros cinco mais voltados é que entram para a lista do Oscar de cada ano) e por isso foi convidado para fazer parte do Acervo da Academia de Hollywood.

Depois da exibição no festival FILMEX, em Los Angeles, também foi convidado para entrar para a coleção de filmes do AFI em Washington, como o primeiro filme brasileiro a fazer parte da coleção do American Film Institute que fica na Biblioteca do Congresso Nacional em Washington, uma das mais famosas coleções do mundo. Em setembro de 2009 foi convidado pela diretoria do World Cinema Foundation, por Alberto Luna, a pedido de Martin Scorsese, para doar uma cópia de seu filme à Instituição em Roma.

Medalha de Ouro (1984), que conta a vida de um campeão de Ginástica Olímpica de Campinas, Carlos H. Silvestre, também foi convidado a fazer parte da coleção do AFI na Biblioteca do Congresso Americano.

Hoje, além de escrever roteiros para cinema e fazer curtas no formato digital (seu trabalho "Dois atos", de 2005, foi exibido no festival Internacional de New York em 2005), Craveiro representa os Estúdios Sony Pictures, Columbia e Fox Filmes no interior de São Paulo.

Ficha técnica:

Roteiro original: Marcos Craveiro
Produção e direção: Marcos Craveiro
Fotografia: Marcos Craveiro
Operador de dolly: Jefferson Baptista
Edição: Marcos Craveiro, Hélcio Henriques, Rogério Siena e Jefferson Baptista
Aassistente de produção: Hélcio Henriques, Rogério Siena e Jefferson Baptista
Fotos de cena: Jefferson Baptista , Rogério Siena
Pesquisa histórica: Hélcio Henriques
Trilha sonora: Marcelo Giorgetti e Lívia Penna
Depoimentos: Henrique de Oliveira Junior, Celso Bodstein, José Alexandre dos Santos Ribeiro, Dr. Marino Ziggiati, Orestes Toledo e Thomas de Tullio
Tempo: 14 minutos
Classificação indicativa: Livre

Serviço:

Exibição do curta “Henrique de Oliveira Junior - Memórias em Celulóide”
Local: MIS Campinas. Rua Regente Feijó, 859, Centro. (19) 3733-8800
Data: 3 de agosto
Horário: 20 horas